Por Guilherme Rajão
jornalismo@grupooceano.com.br
A candidata ao cargo de chefe do Executivo Municipal rio-grandino, Simone "A mulher do Asylo" (PL), concedeu, na manhã desta quinta-feira (22), entrevista ao programa Giro Oceano. O momento integra o projeto "Eleições 2020 Grupo Oceano - Sua escolha, nosso futuro!" que contempla entrevistas com os oito candidatos no Giro Eleições, além da realização do "Grande Debate", marcado para o dia 10 de novembro, a partir das 20h no Hotel Villa Moura Executivo.
Confira, na íntegra, a entrevista concedida pela candidata Simone "A mulher do Asylo" (PL) à Rádio Oceano:
1) Tema: Pós-pandemia
Pergunta: A pandemia trouxe ao Brasil, e isso certamente inclui a cidade de Rio Grande, diversos prejuízos em todos os setores. Quando esse momento passar, será necessário um projeto de retomada, de reorganização e planejamento. Candidato, qual o seu projeto para o momento pós-pandemia?
Resposta: "Bom dia, então. A questão da pós-pandemia que nós ainda não sabemos quando isso vai acontecer, pois estamos tendo a segunda onda do vírus dentro da Europa, eu acredito que essa onda vai chegar na nossa cidade com a interiorização do vírus ali por fevereiro ou março, então a questão é de fato muito complicada e eu acredito que teremos que fortificar a questão das barreiras sanitárias, elas não podem deixar de existir. Principalmente pelo fato de que em Rio Grande nós temos três saídas, a entrada da balsa, a entrada do Uruguai e principalmente vindo de Pelotas, então essa é uma questão que não podemos deixar de lado. Aí vem a educação, como vamos colocar as crianças de volta à escola se ainda não temos a vacina? E aí a questão do desenvolvimento econômico da cidade, isso eu acredito que precisamos de um bom secretário de desenvolvimento que tenha uma visão de mundo, que saia de fora da cidade, que possa vender nossas qualidades, vender bem nossa cidade, e atrair investimentos. Isso pra parte de grandes empresas e grandes comércios, e a outra questão que temos que nos preocupar para que a cidade volte a se desenvolver, que a cidade possa produzir impostos é nós nos preocuparmos com os pequenos empreendedores dos bairros que estão há muito tempo abandonados. Temos uma burocracia muito grande para a retirada de alvarás e faz com que a cidade fique estagnada. Temos as pessoas nos pequenos bairros, nas vilas, que querem desenvolver seu trabalho. Conseguem gerar renda para si próprio mas não gera impostos que a cidade precisa. Então essa é a grande preocupação para pós-pandemia e principalmente para a entrada de novo governo que temos aqui."
2) Tema: Emprego
Pergunta: Rio Grande perdeu o Pólo Naval. O projeto da instalação de uma termelétrica está cada vez mais difícil. O comércio foi extremamente afetado pela pandemia. Candidato, como trazer emprego para a comunidade rio-grandina?
Resposta: "Acho que a administração da pandemia dentro da cidade já foi errônea, pois lá no começo em março a cidade se fechou quando tínhamos apenas dois casos de uma outra pessoa e do nosso querido Bacchieri, que trouxeram o vírus de fora e conseguiram ficar em casa e o vírus ali em nenhum momento se alastrou. Quando dá a viralização no interior, a cidade já estava fechada há mais de três meses, então olha o caos que foi causado, a má administração dessa pandemia dentro da nossa cidade. Então isso vem gerando um caos econômico muito grande. A gente passa pela cidade e vemos vários comércios já fechados, muitas placas de aluguéis dentro do centro, nos bairros e no Cassino. A partir de janeiro, com a entrada do novo governo, a preocupação é desse secretário de desenvolvimento, buscar juntamente com os projetos que nós temos a valorização do pequeno empresário nessas vilas e bairros e imediatamente começar a vender a cidade para fora do município em nível estadual, federal e inclusive na volta do Mercosul. Se não fizermos isso de forma urgente, mais comércios e mais indústrias vão fechar. Então a preocupação que temos é muito grande. Temos que desenvolver o projeto, desburocratizar, temos que ter a preocupação de ser uma cidade amiga do empresário, amiga da indústria, pois não podemos ter essa venda que temos hoje que parece que o empresário é o grande dificuldade para que a cidade cresça e isso é uma grande inverdade, é uma grande preocupação que temos."
3) Tema: Saúde
Pergunta: A pandemia evidenciou uma série de problemas estruturais em todo o nosso país. Em Rio Grande, não foi diferente. Nossos hospitais, principalmente a Santa Casa, não suportaram a alta demanda que o momento pedia. Qual seu plano para que avancemos efetivamente no setor da saúde?
Resposta: "Na eleição anterior nós viamos que a grande preocupação era a educação e segurança. Com a chegada da pandemia o que se mostrou foi a dificuldade de administração dos locais de saúde que temos. Se nós não dermos uma nova cara para o Pronto Socorro, uma nova administração, levantar a auto-estima do funcionário que está ali, pois assim como temos técnicos, enfermeiros e médicos com bom atendimento ali dentro, também temos pessoas que ajudam a continuar o caos ali dentro. Então isso aí acho que é a medida principal que a gente tem que ajudar com o novo secretário da saúde, fazer um desenvolvimento para que esse Pronto Socorro possa dar um atendimento eficaz fora pandemia né. Com a questão da pandemia na saúde, os ambulatórios não estão dando aquele atendimento que deveria. A pessoa chega no ambulatório com algum problema, não sabe se é o vírus ou não, vão fazer o exame, mandam as pessoas 14 dias pra casa, as pessoas voltam e não ter o retorno com a negatividade do vírus. Essa é uma situação que não pode continuar, pois o vírus não parou, ele vai retornar com mais força nessa segunda onda que está acontecendo fora do Brasil e a gente precisa que a parte da saúde tenha essa preocupação de ter o primeiro exame mas também o exame dando negativo para que as pessoas voltem para os seus trabalhos seguras que não estão passando o vírus para os seus colegas. Isso é uma coisa que estamos vendo na maioria das empresas, e não temos uma solução se não fizer o segundo exame e isso parece que não está dentro do orçamento da saúde."
4) Tema: Educação
Pergunta: A educação, setor fundamental dentro de um plano de governo, precisa de uma atenção ainda mais especial após a pandemia. Qual a sua proposta para a retomada das aulas levando em consideração o calendário escolar?
Resposta: "O calendário escolar uma coisa é falar da parte infantil e outra coisa é a Universidade. São coisas distintas e é muito difícil falar que vamos voltar com segurança para a escola se os próprios adultos não conseguem ter controle, esquecem do álcool gel, baixando a máscara. Então se a dificuldade de um adulto esclarecido de usar todas as medidas de prevenção é grande, imagina na parte infantil escolar. Então eu acredito que isso que o governo fez agora de manter as escolas fechadas concordo plenamente e acho que enquanto não tivermos uma vacina efetivamente que possa resolver esse problema, é muito complicado para as escolas se manterem tendo aulas normais. Outra coisa que é muito complicado é manter aula on-line sendo que a maioria das crianças da parte municipal estão em bairros, não tem condição nem de alimentação, quem dirá ter condição para ter um computador, dados ou celulares dentro de casa. Então acho que isso é uma falácia, é muito fácil as escolas particulares conseguirem manter esse plano. Agora, pra parte municipal a partir de janeiro vamos ter que rever isso, ou a Prefeitura de fato faz uma campanha para que todas as crianças tenham celular e consiga dar dados, wi-fi, pra dentro da sua casa e poder fazer uma aula de fato ou isso é um absurdo, é injusto. Vai chegar final de ano e teremos crianças que não tem acesso de fato à uma educação on-line, não tem nem alimentação em casa, você sabe que muitas vezes nas escolas é a única alimentação que esse estudante tem. Então acho que esse é um assunto muito sério, muito grave, que vai ter que ser discutido de fato."
5) Tema: Mobilidade Urbana
Pergunta: Rio Grande sofre, historicamente, com a questão do transporte coletivo. No mundo, a cada dia, diversas alternativas surgem como forma de diminuir os problemas relativos a essa questão. Qual o seu projeto para que tenhamos uma melhor mobilidade urbana?
Resposta: "A mobilidade urbana já começa com a Secretaria de Trânsito, em horário de rush, ao invés de estarem parados nas esquinas estarem dando avanço nos sinais. Isso a gente vê em qualquer cidade com grande mobilidade que a Secretaria de Trânsito precisa dar essa ajuda. O outro fato muito importante são as ciclovias, somos uma cidade completamente plana então o que está sendo feito com as ciclovias é muito importante, acho que elas tem que ter acesso uma com as outras. Acho que o grande problema do DATC, temos que ter a preocupação que é um órgão municipal, acho que podemos começar a ter um trabalho em linhas deficitárias como um exemplo para conseguir fazer com que o DATC tenha ajuda na mobilidade. Quando se fala na Noiva do Mar, eu ouço isso há anos, são anos de governo, décadas falando que o problema é a Noiva do Mar, mas as pessoas sabem o custo que é a passagem pra empresa? Será que cada vez que abre a licitação e não tem ninguém dentro dos envelopes, por quê que é? Qual o motivo de tanto subsídio nas passagens em Rio Grande? Então são coisas que ficam discutindo, é muito fácil pegar e falar muito da empresa sem ter o entendimento de como está sendo feita essas licitações, e porque que não tem outras empresas. Se tirar a Noiva do Mar hoje, quem vai fazer o transporte público de Rio Grande? As pessoas já pensaram? Isso não é um problema somente da empresa. Falam que os ônibus não está em boas condições, bom aí é a questão do secretário de mobilidade urbana ter um entendimento com a empresa. Agora o que temos que discutir de fato é porque que não temos mais pessoas interessadas em estar na licitação em Rio Grande."
Considerações Finais: "Venho aqui agradecer o espaço dedicado pois não está fácil para quem não é da área política, pois estamos usando máscara e fica difícil que a população te conheça. Quero dizer que sou uma pessoa ficha limpa, não tenho problemas com nenhum processo que venha me impedir logo adiante de não seguir meu trabalho. Isso falo de mim, minha equipe, meu vice. O nosso projeto vem de alcance com dados técnicos, é muito importante que as pessoas saibam que não vamos ter secretários envolvidos com questões políticas, ou seja, não estamos vendendo cargos para administrar a cidade. Então isso é importante que as pessoas tenham entendimento, que se no dia 16 por bem as pessoas acharem que nós não merecemos estar lá, estarei de volta ao meu trabalho, estarei cuidando do Asylo, minha família e meus negócios. Tranquilamente, com a cabeça em pé e mãos limpas, então isso é muito importante de deixar dito para os nossos ouvintes. Outra coisa que a gente precisa dizer, como ela vem com a parte técnica, as pessoas nos perguntam o que vai ser feito com o servidor. Nossa preocupação é que o servidor tenha espaço nessa administração. Se não estamos fechando cargos com conchavos políticos, pelo menos posso dizer pra ti que 70% dos nossos sercretários ou adjuntos virão dos servidores, ou seja, as pessoas que realmente conhecem os problemas da cidade, que ganham pra isso, que gastaram para fazer um concurso público, vão poder nos ajudar nessa caminhada. E deixando claro que até o momento somente secretaria de turismo e de desenvolvimento comercial e industrial da cidade, que queremos de verdade o apoio da parte industrial e comercial. No restante queremos contar com nossos servidores públicos."