Por Guilherme Rajão
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O candidato ao cargo de chefe do Executivo Municipal rio-grandino, Fábio Branco (MDB) - Coligação "O Rio Grande que queremos", concedeu, na manhã desta terça-feira (27), entrevista ao programa Giro Oceano. O momento integra o projeto "Eleições 2020 Grupo Oceano - Sua escolha, nosso futuro!" que contempla entrevistas com os oito candidatos no Giro Eleições, além da realização do "Grande Debate", marcado para o dia 10 de novembro, a partir das 20h no Hotel Villa Moura Executivo.
Confira, na íntegra, a entrevista concedida pelo candidato Fábio Branco (MDB) - Coligação "O Rio Grande que queremos" à Rádio Oceano:
1) Tema: Educação
Pergunta: A educação, setor fundamental dentro de um plano de governo, precisa de uma atenção ainda mais especial após a pandemia. Qual a sua proposta para a retomada das aulas levando em consideração o calendário escolar?
Resposta: "Bom dia Marcão, Jean, Rajão, queria cumprimentar a todos, dar um bom dia aos ouvintes. Na verdade a educação é fundamental e nós temos um plano de governo muito claro, objetivo, daquilo que necessitamos. É um plano pós-pandemia, e a educação não foge disso. Nós sabemos que foi um ano difícil, com muitas dúvidas, mas precisamos enfrentar isso. E como vamos enfrentar isso? Dotando as escolas de infraestrutura necessária, nas condições que possam realmente poder retomar suas aulas, recuperar suas aulas, e isso está no nosso plano. Precisamos fazer também um plano de recuperação, tendo em vista que esse ano pelas condições não pudemos passar todos conteúdos e não podemos perder. Eu primo sempre, a educação precisa ter qualidade. Sem qualidade nós não vamos ter um futuro promissor, então as nossas escolas que necessitam de infraestrutura e nós queremos fazer com que as nossas escolas tenham as condiações necessárias e obras. E principalmente ampliar. E nós teremos um plano pós-pandemia e depois nós continuarmos com aquele propósito: trazer tecnologia. Nós perdemos muito espaço com isso por não estar preparado e nós temos que fazer com que nossas escolas sejam atrativas para os nossos alunos e nós temos que priorizar efetivamente que tenha e seja dotado de infraestrutura, pós-pandemia, com a utilização de tecnologia e para que a gente consiga dar tranquilidade para os nossos professores e condições necessárias para que os nossos alunos possam retornar às aulas presenciais nas condições daquilo que o nosso plano exige."
2) Tema: Pós-pandemia
Pergunta: A pandemia trouxe ao Brasil, e isso certamente inclui a cidade de Rio Grande, diversos prejuízos em todos os setores. Quando esse momento passar, será necessário um projeto de retomada, de reorganização e planejamento. Candidato, qual o seu projeto para o momento pós-pandemia?
Resposta: "Como comentei nós estamos preocupados no pós-pandemia. Educação já falei um pouco e vou falar sobre saúde, que nós entendemos que é muito importante, temos uma demanda reprimida de exames, mais de dois anos, três anos, e a pandemia piorou isso. Cirurgias eletivas, temos a situação dos nossos postos, então nós precisamos priorizar a saúde pós-pandemia, pois temos que reestruturar o nosso hospital pois vamos aumentar essa demanda. Fazer campanhas preventivas para que possa realmente atualizar. Muita gente deixou de ser atendida, deixou de ir ao médico. O problema vai se agravar e nós queremos fazer um trabalho preventivo, ajudar a própria Santa Casa a se reestabelecer, se reestruturar para esse aumento da sua demanda pois a Santa Casa também foi muito prejudicada com as suas gestões, principalmente no período de intervação que prejudicou muito e nós vamos cuidar como um todo. E o segundo plano é economia né, Rio Grande foi muito prejudicado, penalizado, erraram do início ao fim, prejudicaram os investidores, geraram o desemprego e sabemos que o pós-pandemia vai trazer muito prejuízo. Então queremos cuidar da economia, trazendo linhas de financiamento, nós vamos ajudar e colaborar com os empreendedores, trazer a responsabilidade dos órgãos públicos pra isso e aí sim nós pudermos nos reestabelecer, trazendo novamente a recuperação econômica a partir de um plano pós-pandemia. Então linhas de financiamento, apoio técnico, chamar a responsabilidade de todos, seja do Estado ou Governo Federal, pra que a gente possa ajudar e colaborar nesse momento tão difícil e recuperar o emprego."
3) Tema: Saúde
Pergunta: A pandemia evidenciou uma série de problemas estruturais em todo o nosso país. Em Rio Grande, não foi diferente. Nossos hospitais, principalmente a Santa Casa, não suportaram a alta demanda que o momento pedia. Qual seu plano para que avancemos efetivamente no setor da saúde?
Resposta: "Na verdade a Santa Casa já vinha sofrendo, houve uma intervenção totalmente equivocada, não técnica, e trouxe um prejuízo. Quando entregaram a intervenção, houve um prejuízo enorme. A dívida muito mais que duplicou e muita gente deixou de ser atendida, diminuiu os atendimentos e isso trouxe muito prejuízo. E só não fechou pois o Estado pagava o contrato cheio, um pouco atrasado, mas cheio. A recuperação da Santa Casa é fundamental e como eu tava dizendo, nós temos que resolver o problema das cirurgias eletivas, ambulatoriais, atendimento nos nossos postos, ter nos nossos postos resolutividade, ter recursos humanos pra isso e nós vamos fazer esse mutirão pra que a gente possa atender a saúde com qualidade. E pra isso nós vamos fazer a priorização da gestão plena, pois vem mais recurso, nós queremos ter uma gestão técnica, pois cada recurso que vamos ter, temos que aplicar muito bem, pois ele é escasso. O SUS é complexo pois é um cobertor curto, mas se nós tivermos gestão e foco na prevenção, entendemos que vamos conseguir recuperar. O desafio é ano que vem esse mutirão, pra que a gente consiga colocar cirurgias eletivas, de catarata. Muita gente deixou de ir ao médico e então nós vamos ter um desafio pra primeiro diagnosticar tudo isso e ter um plano de recuperação. Governo Federal, Governo do Estado, Município, iniciativa privada e a ajudar a Santa Casa a se recuperar. Eu estou trazendo e vou trazer iniciativa privada pra dentro da Santa Casa pra levar recursos pra que a gente possa ampliar e recuperar aquilo que já foi referência dentro da Santa Casa."
4) Tema: Mobilidade Urbana
Pergunta: Rio Grande sofre, historicamente, com a questão do transporte coletivo. No mundo, a cada dia, diversas alternativas surgem como forma de diminuir os problemas relativos a essa questão. Qual o seu projeto para que tenhamos uma melhor mobilidade urbana?
Resposta: "É um grande desafio. A pergunta foi muito inteligente pois temos que nos modernizar, temos que nos preparar pra isso. Integrar sistemas de modais para que a gente consiga facilitar todo esse acesso. O transporte coletivo não pode fugir disso. Eu fui muito criticado quando nós fizemos uma licitação, criamos um sistema inovador, colocamos uma frota toda nova, zero em Rio Grande, e que oito anos se passaram e nós vemos o que? Frota antiga, tarifa cara e metade dos ônibus andando. Isso consequentemente faz com que as pessoas fiquem mais tempo na parada, desincentiva as pessoas a usarem o transporte coletivo e isso aumenta o desafio de criar mobilidade. As pessoas estão andando de outra maneira. Nós vamos refazer o nosso plano de mobilidade urbana. Fazendo com que essas tecnologias, essas inovações, incentivar e ampliar cada vez mais as ciclovias, integrar a ciclovia com transporte coletivo para que as pessoas possam andar menos. Queremos mexer no plano diretor, precisamos reestabelecer o plano diretor e dar uma nova direção. O que a cidade está pretendendo pro futuro? Nós temos que fazer com que gere emprego mais perto de onde as pessoas moram. Isso facilita, nós somos uma península. Então tem muita coisa que precisamos alterar, e passa fundamentalmente por dois motivos. Alteração do plano diretor e atualização e modernização do plano de mobilidade urbana, integrando todos esses modais e como disse trazendo novas tecnologias. Temos que nos aperfeiçoar, temos que ver o que os outros estão fazendo como solução, seja no Brasil ou até mesmo fora do Brasil. Tem muita coisa pronta que podemos trazer pra cá pra que as pessoas tenham uma mobilidade melhor. Roberto Socoowski duplicação e ERS-734 duplicação."
5) Tema: Emprego
Pergunta: Rio Grande perdeu o Pólo Naval. O projeto da instalação de uma termelétrica está cada vez mais difícil. O comércio foi extremamente afetado pela pandemia. Candidato, como trazer emprego para a comunidade rio-grandina?
Resposta: "Primeiro que nós estamos trabalhando para recuperar a termelétrica, isso é um tema estratégico pra nós, fundamental pro estado do RS, pra nós e já estamos trabalhando nesse processo. A atração de grandes investimentos é importante, então nós vamos fazer uma parceria com o Governo do RS, Superintendência do Porto, Distrito Industrial, vender melhor as potencialidades, como eu já fiz no passado. Então vender o Rio Grande pra fora, mostrando que investir em Rio Grande é importante. Mas passa fundamentalmente para melhorarmos o ambiente de negócio no RS. Hoje, para fazer investimento, o investimento é punitivo. Precisamos ser receptivos. Vou melhorar a situação de licenciamentos ambientais, liberação de alvarás, aprovação de projetos de investimentos em Rio Grande. Quero fazer com que Rio Grande seja reconhecido nacionalmente como cases de sucesso de liberação de investimentos. A hora que nós desburocratizarmos o processo, automaticamente vamos fazer com que Rio Grande volte de novo ao seu circuito de investimento. Falei com vários empresários e os caras não querem mais investir em Rio Grande, a dificuldade é muito grande, é muito punitiva. A dificuldade de acesso, então a desburocratização e a aprovação. A compra no local, valorizar o comércio local. Vão deixar de comprar em outros locais, vão ter qualidade pra isso, então a participação de um plano de desenvolvimento, integrado com o setor produtivo. Eu quero trazer os empresários pra cá, e nós queremos fazer com que realmente todas essas dificuldades que nós temos nós possamos resolver. Mas passa fundamentalmente por um plano, investimento no turismo, desburocratização, acho que essa vai ser a marca. Se vai ter uma marca, eu digo que eu vim pra me incomodar com a burocracia. Eu vou desburocratizar Rio Grande. Vou tornar Rio Grande um local dos melhores pra investir no Brasil."
Considerações Finais: "Primeiro queria cumprimentar vocês pela iniciativa, acho que ela é importante para conversarmos e apresentar nossas propostas. Esse período que eu saí da última eleição pra essa, eu fiquei muito preocupado com Rio Grande, com a tristeza de Rio Grande, com a falta de perspectiva de Rio Grande e a partir dessa preocupação é que nós começamos a nos mobilizar politicamente para apresentar um projeto que nós pudéssemos ter viabilidade e resgatar Rio Grande, como eu comentei em vários aspectos do nosso plano de governo. Mas isso não pode ser um plano de uma pessoa, temos que ter um plano da cidade de Rio Grande, para a cidade de Rio Grande, independa de quem capitaneie esse processo. Nós conversamos com muita gente e realmente me incentivou e decidi concorrer. Vi união de partidos grandes que deixaram de botar candidatos entendendo que Rio Grande estava em primeiro lugar, despindo de interesses pessoais e partidários, e por isso que eu realmente fiquei motivado pra isso. Eu também coloquei um pouco minha consciência e entendi que precisava dar esse retorno por gratidão por Rio Grande. Eu cheguei onde cheguei, ser secretário de estado, Deputado por dois momentos, pois me deram essa oportunidade, e que com esse tempo que se passou, como eu disse, muita coisa nós fizemos, errei em algumas coisas, é humano. Mas queria dizer que estou voltando muito mais preparado, experiente, em melhores condições pra que a gente possa colocar Rio Grande de novo no circuito do investimento. Com diálogo, com respeito, principalmente com protagonismo e com coragem. É isso que vamos fazer e por isso decidi concorrer."